Postagem extra ─ 6
CRÍTICA
CONSTRUTIVA
NOTA
Postagem: CRÍTICA CONSTRUTIVA, de
14.JUL.11
Descobri, recentemente, que sumiram dessa postagem:
a)
os Diagramas da
Variante A, da Variante B e da Variante 5.1;
b)
o ANEXO, intitulado O texto manuscrito de
Alberico C. Mota ;
c)
os Diagramas dos Problemas
17 e 18.
Por que
aconteceu isso? Não tenho a resposta.
Daí, decidi publicar esta Postagem Extra 6 com seu
texto na íntegra.
Obra: “O Pé-de-Avestruz e outros ensaios”
Tema: Abertura Alma
Alberico C. Mota
Com o propósito de colaborar com o autor e adquirentes da obra, passo a descrever as manobras que as pretas devem executar para atingir vitórias em linhas dadas como empatadoras a partir dos seguintes movimentos: 1. c3-d4 d6-c5 2. b2-c3 f6-g5 3. g3-f4 g7-f6 4. f2-g3?? g5-h4 5. f4-e5. Mesmo com este lance, as brancas não conseguem empatar, como foi demonstrado. Vamo-nos ater a duas vertentes:
Nota 1 de José Bóia Farias ─ Peço licença a Alberico para pôr esta 1ª Nota, e, mais adiante, a 2ª e a 3ª Notas, no interior da sua antítese.
E vamos recapitular.
1. A minha tese é: “Encontrei só uma linha de empate”. (Ver p. 95 de “O Pé-de-Avestruz e outros ensaios”): 1. c3-d4 d6-c5 2. b2-c3 f6-g5 3. g3-f4 g7-f6 4. f2-g3 g5-h4 5. f4-e5 ...” ─ Única linha de empate ─ afirmei.
2. Porém Alberico C. Mota, na sua “Crítica construtiva”, me adverte que cometera um erro, no 10º lance: “5. ... h4xf2 6. e1xg3 h6-g5 7. e5xg7 f8xh6 8. g3-f4 g5-h4 9. g1-f2 h8-g7 10. a1-b2 c7-d6”.
3. Aqui, intervém Alberico: “Não concordamos com esse lance, que leva a empate. Vitorioso é o forte 10. ... e7-d6! (...)”. E realmente prova que errei no 10º lance: ver, na sua réplica, Linha A e Linha B.
4. Examinemos, agora, a Variante 4, p. 98 do citado livro. Diz ACM que cometi o 2º erro, quando pus ... c7-d6, em resposta ao lance branco 8. a1-b2.
5. Afirma, então, que “O legítimo ganhador é apenas o dinâmico e calmo “8. ... h8-g7!! (...)”, porém sem se dar conta de que, aqui e agora, ele comete um equívoco. Um lance, absolutamente inesperado por Alberico, leva o jogo ao empate ─ como provarei adiante, nessa tréplica.
6. Assim, admito que a linha que escolhi como principal está errada: leva as brancas à derrota, e não ao empate, como comprovou o renomado damista: 8. g3-f4?/g1-f2?
7. Bem; voltemos ao item 4, acima. A Variante 4 ─ 8. a1-b2 ─ para surpresa de Alberico, está correta, isto é: empate. No seguimento apresentado por ele ─ repito ─ há um lamentável descuido , e em vez de vitória para as pretas, o resultado é o empate.
8. Daí, a Variante 4 passa a ser linha principal; e a que eu pusera como principal fica sendo, a partir de agora, a Variante 4.
9. Assim, reafirmo que encontrei só uma linha de empate: 5. ... h4xf2 6. e1xg3 h6-g5 7. e5xg7 f8xh6 8. a1-b2! (ao invés de 8. g3-f4? ou 8. g1-f2? ─ como sugeri, erroneamente).
10. Meus agradecimentos a Alberico pela sua “Crítica construtiva”.
11. O leitor verá, no 10º lance (em negrito), o descuido fatal de Alberico: a continuação (“não salva 10. c3-b4 [...])” ─ assegura ACM), que parece levar as pretas à vitória, mas, na verdade, conduz o jogo ao empate. (Confronte o texto de Alberico, imediatamente anterior à Nota 2 de José Bóia Farias).
Então, Alberico dizia, quando o interrompi:
Vamo-nos ater a duas vertentes:
1ª) 5. ... h4xf2 6. e1xg3 h6-g5 7. e5xg7 f8xh6 8. g3-f4 g5-h4 9. g1-f2 h8-g7 10. a1-b2 c7-d6? Não concordamos com este lance, que leva a empate. Vitorioso é o forte 10. ... e7-d6! como adiante explicaremos; (p. 95).
2ª) 5. ... h4xf2 6. e1xg3 h6-g5 7. e5xg7 f8xh6 8. a1-b2 c7-d6? Igualmente desautorizamos este lance, da Variante 4. O legítimo ganhador é apenas o dinâmico e calmo 8. ... h8-g7!!, que atira uma ducha de água fria nas brancas, como a seguir será comentado.
Nota: Deixamos de entrar em pormenores acerca das demais variantes, por entendermos que as demonstrações de vitórias das pretas, pelo autor, são convincentes. Algo apenas acrescentaríamos à Variante 5.1: o lance 14. ... b8-a7, não é absoluto para traduzir a vitória das pretas; há segmento diferenciado (com 14. ... d8-e7) que também conduz a caminhos positivamente ganhantes.
Analisemos, agora, o 1º dos itens acima: 10. ... e7-d6! As possibilidades contrárias, em duas linhas.
Linha A = 11. h2-g3 g7-f6 12. d4-e5 f6xd4 13. c3xe5 h6-g5! 14. f4xh6 d6xh2 15. a3-b4 (15. h6-g7 c5-b4 16. a3xc5 b6xd4 17. e3xc5 c7-d6 X; 15. d2-c3 h2-g1 16. c3-d4 g1-h2 X) c5xa3 16. h6-g7 h2-g1 17. g7-h8 b6-c5 18. d2-c3 c5-b4 19. c3xa5 h4-g3 20. f2xh4 g1xa1 21. c1-d2 e as brancas estão aniquiladas.
Linha B = 11. d4-e5 g7-f6 (também vencem se optarem por 11. ... b6-a5 12. c3-d4 a7-b6 13. b2-c3 d8-e7 14. c1-b2 b8-a7 15. f4-g5 h4xf6 16. f2-g3 d6xf4 17. g3xe5 e7-d6 e as brancas estão estranguladas) 12. e5xg7 h6xf8 13. h2-g3 (13. c3-d4 h4-g3 14. f2xh4 d6-e5 15. f4xb4 b6-c5 16. d4xb6 c7xe1 X; 13. c3-b4 b6-a5 14. b2-c3 a7-b6 e a posição congesta em que se acham, não autoriza nenhuma escapatória para as brancas!) b6-a5 e a vitória das pretas não pode ser contestada.
Passemos agora ao 2º item. Continuando
8. ... h8-g7!
em vez de 8. ... c7-d6, as pretas estão alicerçadas no suporte da vitória. Segue-se:
9. g3-h4 ...
a opção 9. g3-f4 levará à simplificação, assim:
9. g3-f4 e7-d6!
10. d4-e5 (único) g5-h4!
11. c3-d4 ...
11. g1-f2 b6-a5 12. c3-d4 a7-b6 13. d2-c3 d8-e7 14. h2-g3 e7-f6 X.
11. ... h4-g3
12. d2-c3 b6-a5
13. d4xb6 a7xc5
14. c1-d2 ...
14. c3-d4 c7-b6 X.
14. ... g3-f2
ou 14. ... c7-b6; ou 14. ... c5-b4 etc. X e a vitória negra se desenha insofismável.
9. ... g7-f6!
10. h2-g3 ...
não salva 10. c3-b4 c7-d6! 11. b2-c3 (11. d2-c3 b6-a5 12. d4xb6 a7xc5 13. h2-g3 c5-d4 X) b6-a5 12. d4xb6 a7xc5 e a dupla ameaça das negras com 13. ... c5-d4 ou 14. ... f6-g5 – na hipótese de troca 13. e3-f4 –, não possibilita nenhuma escapatória para as brancas.
Nota 2 de José Bóia Farias – É no trecho acima que se encontra o equívoco de Alberico. Façamos a Variante A, com o objetivo de entendermos bem sua análise:
VARIANTE A
“não salva” (diz Alberico)
10. c3-b4 c7-d6!
11. b2-c3 ...
11. d2-c3 b6-a5 12. d4xb6 a7xc5 13. h2-g3 c5-d4 X.
11. ... b6-a5
12. d4xb6 a7xc5
13. h2-g3
E, agora, a primeira ameaça (Alberico)
13. ... c5-d4
14. c3xg7 a5xe1
15. h4xf6 h6xf8
16. g1-f2 e7xg5
17. g3-h4 e1xg3
18. h4xf2
“não possibilita nenhuma escapatória às brancas.”
E vamos para a segunda ameaça (Alberico)
13. e3-f4 g5xe3
14. d2xf4 f6-g5
15. h4xf6 c7xe3
“não possibilita nenhuma escapatória às brancas.”
Sim; parece correta a análise de Alberico. Mas, ele não se deu conta de que, no 13º movimento, há um lance das brancas, absolutamente inesperado pelas pretas, que conduz o jogo ao empate. Vamos repetir, agora, a seqüência ali de cima, até chegarmos ao lance nº 13:
“não salva”
10. c3-b4 c7-d6!
11. b2-c3 ...
11. d2-c3 b6-a5 12. d4xb6 a7xc5 13. h2-g3 c5-d4 X.
11. ... b6-a5
12. d4xb6 a7xc5
13. h2-g3
É aqui e agora, o descuido fatal. Em vez de 13. h2-g3?, as brancas jogam
13. g1-f2! c5-d4
14. c3xg7! a5xg3
15. h2xf4 h6xf8
16. h4xf6 e7xg5
17. f4xh6
com empate.
Agora, voltemos à seqüência acima. Retorne, do lance nº 17 para o lance nº 13. Acompanha o meu raciocínio? Então, continuemos. Se, por acaso, alguém imaginar que, com 13. ... g5-f4 (em vez de 13. ... c5-d4), as pretas poderão sair vencedoras, estará, também, equivocado. Vamos à Variante B a fim de esclarecermos isso:
VARIANTE B
13. (g1-f2) g5-f4
14. e3xg5 h6xf4
15. f2-g3! f6-e5
16. d2-e3 f4xd2
17. c1xe3 e5-d4
Se 17. ... c5-d4 18. e3xc5 e5-f4 19. g3xc7 d8xb2 20. a3xc1 a5xc3 21. a3-b4 b8-c7 22. h2-g3 c7-d6 23. g3-f4 d6-c5 24. f4-e5 c5-d4 25. e5-f6 c7-d6 26. f6-g7 d4-e3 27. g7-f8 (27. g7-h8 c3-d2 com empate) c3-b2 28. f8xg1 b2-a1 com empate.
18. c3xc7 b8xd6
19. h4-g5 a5xc3
20. g3-f4 e7-f6
21. g5xe7 d8xf6
Se 21. ... d6xf8 22. f4-e5 com empate.
22. h2-g3 f6-e5
23. f4-g5 e5-d4
24. e3-f4 c3-d2
25. g5-h6 d2-e1
26. h6-g7 e1xh4
27. g7-h8
com empate.
E continua Alberico:
10. ... c7-d6!
11. g1-h2 ...
11. g3-f4 b8-c7 12. g1-h2 (12. f4-e5 d6xf4 13. c3-b4 e7-d6 14. b4-a5 f6-e5! 15. d4xf6 g5xe7 16. e3xg5 h6xf4 X; 12. g1-f2 b6-a5 13. d4xb6 a7xc5 14. c3-d4 f6-e5! X) b6-a5 13. d4xb6 a7xc5 14. c3-d4 (14. h2-g3 c7-b6 15. c3-d4 d6-e5 X ou 15. ... a5-b4 16. b2-c3 f6-e5 X) a5-b4! 15. d4xb6 c7xa5 16. a3xc5 d6xb4 17. h2-g3 e7-d6 18. b2-c3 b4-a3 19. c3-d4 d6-c5 20. d4xb6 a5xc7 21. d2-c3 c7-d6 22. c3-d4 d8-c7 X.
11. ... b8-c7
12. g3-f4 b6-a5
13. d4xb6 a7xc5
14. h2-g3 c7-b6
15. c3-d4 a5-b4
16. b2-c3 f6-e5
17. c3xc7 e5xe1
18. c7xe5 e1-d2
19. h4xf6 e7xg5
20. g3-h4 d8-c7
21. h4xf6 c7-d6
22. e5xc7 c5-d4
23. e3xc5 d2xg1
com vitória das pretas.
VARIANTE 5.1
O interesse meramente didático propiciado pela vitória em segmento diferenciado enseja-nos apresentar a 2ª manobra ganhadora das pretas a partir do diagrama.
Nota 3 de José Bóia Farias – ver Diagrama 5.1 da p. 99 do mencionado livro.
Vejamos:
14. ... d8-e7
15. d4-e5 e7-f6
16. e5xc7 b8xd6
17. c3-b4 ...
17. c3-d4 a5-b4 18. f4-g5 (18. d4-e5 f6xd4 19. f4-g5 h6xh2 20. f2-g3 h2xd2 e nada mais resta para as brancas) h6xd2 e a derrota das brancas está consumada.
17. ... a5xc3
18. b2xd4 b6-a5
19. d4xb6 a5xc7
20. a1-b2 ...
20. e3-d4 f6-g5 com vitória das pretas.
20. a3-b4 f6-g5
21. a1-b2 c7-b6
22. b4-a5 b6-c5
23. b2-c3 c5-b4
24. c3-d4 b4-a3
25. d4-c5 ...
25. d4-e5 d6-c5 26. a5-b6 (26. e5-d6 c5xe7 27. a5-b6 a3-b2 28. b6-a7 b2-c1D 29. a7-b8D g7-f6 30. b8-c7 f6-e5 X; 30. b8-a7 c1-d2 X; 30. f4-e5 c1xh2 X; 30. e3-d4 g5xc5 X) c5xa7 27. e5-d6 a7-b6 28. d6-e7 b6-c5 29. e7-d8 c5-d4 30. e3xc5 g5xg1D e as negras vencem.
25. a5-b6 a3-b2 26. b6-a7 (26. d4-e5 d6-c5 27. b6xd4 b2-a1D 28. d4-c5 a1xf6 29. c5-b6 f6-d4 30. e3xc5 g5xg1D 31. b6-a7 e aqui, tanto vencem as negras tomando 31. ... h4xf2 quanto com 31. ... g1xb6 X) b2-a1D 27. d4-c5 d6xb4 28. a7-b8D b4-c3 e ante às múltiplas ameaças das pretas, as brancas terão de capitular.
25. ... d6xb4
26. a5xc3 g7-f6
27. c3-d4 a3-b2
28. d4-c5 b2-c1
29. c5-d6 c1-d2
e as brancas terão de render-se.
20. ... d6-c5
21. b2-c3 f6-g5
22. c3-d4 c7-b6
23. d4-e5 b6-a5
e as brancas estão condenadas.
Concluída esta exposição, esperamos que os adeptos do esporte mental tenham colhido algo que lhes permita ampliar a sua bagagem de conhecimentos.
Fica aqui consignado, a bem do quanto se acha exposto na obra de José Bóia Farias, e das reparações feitas por ACM, que a Abertura Alma não pode ser jogada em seus primeiros quatro lances, da forma desenvolvida no início deste trabalho, sob pena de estar sumariamente derrotada.
São Paulo, 20.08.1992
Alberico C. Mota
ANEXO
O texto manuscrito de Alberico C. Mota
PROBLEMAS
Soluções dos problemas anteriores
Problema 15
1. a5-d8 e7xh4
2. c3-d4 e3xc5
3. g1xg5 h6xf4
Se 3. ... h4xe7 4. d8xb6 X.
4. a7xg5 h4xf6
5. d8xe1 X.
Temas: Angular Branco, Finta e Cavilha Dama Branca
Problema 16
1. d6-e7 d8xf6
2. d4-e5 b8xd2
3. c1xd8 e1-a5
4. g1xb6 X.
Temas: Eslavo Cruzado e Finta
Problema 17
Problema 18
As soluções desses problemas, veja na próxima postagem